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O perigo público dos dados pessoais

Nove em cada dez dados pessoais dos brasileiros estão sob poder de órgãos públicos; mas será que eles estão protegidos?

Pense nos seus dados pessoais.

Eu estou falando de CPF, RG, todas aquelas fotos que já tirou em portarias… tudo isso entra na conta.

Agora pasme: 90% destas suas informações estão em poder dos órgãos públicos brasileiros.

Sim, praticamente tudo que nos identifica enquanto indivíduos corre solto nos HDs destas instituições que, sabemos, estão longe de ser um exemplo de organização.

A pergunta que se impõe é: estamos realmente seguros com nossos dados nas mãos das entidades que os coletam?

Pense, por exemplo, na prefeitura da sua cidade. Você seria capaz de afirmar que ela tem soluções tecnológicas avançadas suficientes para proteger seus dados contra atividades maliciosas de hackers, que não somente roubam, mas também manipulam e vendem essas informações?

A realidade é que muitas dessas questões permanecem sem respostas claras, evidenciando uma preocupante lacuna na proteção de nossos dados por parte daqueles que deveriam ser os guardiões da nossa privacidade.

Neste cenário de ameaças digitais crescentes, a soberania digital de indivíduos e nações está sob constante ataque, marcando uma era de conflitos cibernéticos onde o cidadão comum muitas vezes se torna a maior vítima. Esta realidade, anteriormente confinada às tramas de obras de ficção, agora faz parte do nosso cotidiano.

Vivemos em meio a uma guerra invisível, enfrentando adversários que, embora não possamos ver, possuem a capacidade técnica de infiltrar-se em nossas vidas digitais, comprometendo não apenas nossos dados pessoais, mas também a integridade de infraestruturas críticas.

A boa notícia é que, apesar da gravidade e da complexidade desses desafios, existem meios eficazes de combate. A conscientização sobre a importância da cibersegurança é o primeiro passo. Indivíduos e organizações devem estar cientes dos riscos e adotar práticas seguras de gestão de dados, como o uso de senhas fortes, a autenticação de dois fatores e a atualização constante de softwares. Além disso, a implementação de tecnologias avançadas de proteção, como firewalls, a criptografia de dados, o controle de acessos, os links criptografados ponta a ponta, são algumas soluções essenciais para fortalecer as defesas contra ataques cibernéticos.

Nesse contexto, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) surge como um marco legal fundamental, estabelecendo diretrizes claras para a coleta, armazenamento, tratamento e compartilhamento de dados pessoais. Diante disso, é crucial que os cidadãos estejam cientes e exijam a proteção de seus dados, assegurando que o uso das informações coletadas se limite estritamente aos propósitos declarados, evitando assim a exploração indevida por terceiros não autorizados.

Por parte dos governos, é imperativo não apenas a aplicação rigorosa de legislações como a LGPD, mas também o investimento em infraestruturas de cibersegurança e a promoção de uma cultura de segurança digital entre a população e as empresas.

Enfrentamos uma realidade onde a vigilância constante e a adaptação às novas ameaças são indispensáveis. A cibersegurança não é uma questão estática, ela evolui à medida que novas tecnologias e métodos de ataque surgem. Portanto, a luta para proteger nossos dados e nossa privacidade é contínua, demandando a colaboração entre indivíduos e governos.

Lembre-se: os órgãos que exigem seus dados pessoais podem até ser públicos. Mas os seus dados são, e devem continuar sendo, pessoais.

***

Oscar Soares Martins – consultor em Cibersegurança.

Diante de um novo cenário de Guerra Cibernética, é urgente que o mundo se conscientize sobre o grave problema da Soberania Digital dos países.

É vital compreender que a Soberania Digital de todas as nações está vulnerável a invasões, causando perdas substanciais. A guerra cibernética não se limitará aos conflitos físicos.

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